terça-feira, janeiro 31, 2006

União

A União Zoófila precisa do apoio de todos e, para isso, lançou uma campanha:

"A partir de agora a União Zoófila, em parceria com a Bluestel, disponibiliza-lhe o 760 30 99 50, um número através do qual poderá fazer o seu donativo (chamada de valor acrescentado de 0,60€ + IVA). Poderá ligar sempre que quiser e quando o desejar a partir do seu telemóvel ou telefone da rede fixa. O seu donativo é essencial para que a União Zoófila possa melhorar cada vez mais as condições de acolhimento de muitas centenas de cães e gatos, para quem representa a única hipótese de sobrevivência."

"Ninguém se pode queixar da falta de um amigo, podendo ter um cão."
Marquês de Maricá

A vergonha continua...










...e se continua, porque não perguntar à embaixada japonesa em Portugal
quando terminam a inaceitável e injustificada caça às baleias!?

Aqui ficam os contactos para quem se sentir com vontade:
Emb. Japão Lisboa
Av.Liberdade 245 -6º
Tel : 213 110 560
Fax : 213 537 600

5 razões para ligar/questionar/protestar:
-A Antártica foi considerado santuário das baleias em 1994;
-Não é definitivamente pesquisa cientifica;

-Aumento significativo das quotas (+ de 100%);
-Incluidas espécies ameacadas nestas quotas;
-Já basta a poluição toxica, abalroamento de navios, sonar e alterações climáticas para a matança das baleias!

domingo, janeiro 29, 2006

A anormalidade da neve..

Nevar é um fenómeno natural comum nas cidades frias de países do hemisfério norte. A explicação astronómica é que apenas nas regiões onde os raios solares atingem o solo com pequena inclinação pode ficar suficientemente frio para nevar. Próximo dos pólos, os raios solares atingem o solo quase de raspão, aquecendo-o pouco e deixando a temperatura no local muitos graus abaixo de zero. Desta forma os geógrafos dividiram cada hemisfério em três zonas:tropical, temperada e polar.
A zona tropical, é limitada por duas linhas imaginárias chamadas de trópicos:trópico de Capricórnio (no hemisfério sul) trópico de Cancer (no hemisfério norte).Na zona tropical, as estações não se distinguem tanto umas das outras, pois os raios solares atingem essa região sempre com bastante intensidade.
O elemento mais importante para a explicação da mudança no comportamento dos fenómenos atmosféricos são as massas de ar, pois estas constituem volumes da atmosfera que têm algumas propriedades em comum em virtude da área em que se localizam. Existem massas de ar polares, equatoriais, tropicais, oceânicas, continentais, entre outras, que se movem continuamente.
O encontro de duas massas de ar com diferentes temperaturas recebe o nome de “frente”. O fenómeno verificado ontem em Portugal foi consequência de uma frente fria, e nevou em locais onde isso já não acontecia à muitas dezenas de anos. Nevou em Lisboa, nevou na praia.

A alegria e regozismo unânime com que foi recebida surpreendeu-me. "Benesse da natureza" cheguei a ouvir. Sinto-me um pouco "Velho do Restelo" mas não posso deixar de me questionar e fazer um paralelismo:

-Se a temperatura da nossa mãe oscila para niveis que não lhe são habituais qual é a nossa reacção?

As alterações climáticas, para lá de significarem o aumento da temperatura, implicam também o aumento de episódios extremos, no calor e no frio. A frequência deste tipo de fenómenos ditará se foi mesmo algo pontual, um sintoma ou já uma doença. Até lá a Neve é linda.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

E se parar de respirar fosse assim tão facil?

Ficar desperto para continuar a respirar ou morrer enquanto dormem? Este é um dilema diário que enfrentam os golfinhos. Para eles, ao contrário dos humanos, a respiração é um acto voluntário e não reflexivo. Por isto desenvolveram um mecanismo de adaptação ao meio oceanico que lhes permite que "adormeçam" apenas metade do cérebro. No meio do oceano uma perda de consciência, a dormir por exemplo, seria fatal. Se não respirarem...morrem.
Para poder dormir permanecendo ao mesmo tempo desperto, o golfinho "apaga" um dos seus hemisferios cerebrais, enquanto a outra metade do cérebro, que permanece desperta, exerce o controlo sobre as funções vitais, especialmente a respiração. Durante este período de sono "unihemisférico", os golfinhos desaceleram o seu metabolismo ficando praticamente imóveis.

Os golfinhos podem por vezes ser vistos a boiar à superficie do mar, com um olho aberto e outro fechado. Intercaladamente "desligam" a outra metade do cérebro e fecham o outro olho.
Para alem de assegurar a manutenção das suas funções vitais, a parte do cérebro que permanece activa durante o sono mantêm o rumo do golfinho e evita que viaje à deriva.
Este sonho unilateral foi estudado em laboratório comprovando-se que esta alteração de actividade cerebral de um hemisfero cerebral para outro inverte-se a cada 20 minutos sendo que chegam a conseguir dormir 8 horas diarias. Segundo um estudo da Universidade da California os jovens golfinhos capturados para viver em cativeiro permanecem acordados durante as primeiras semanas as 24 horas do dia. Adicionalmente as suas mães vigilam-nos permanentemente para que não adormeçam.

E se parar de respirar fosse assim tão facil...?
Será que nós, com as adversidades de cada um, teriamos maturidade para manter o nosso próprio respirar?

quinta-feira, janeiro 26, 2006

A vergonha da humanidade (campanha)

Se tambem queres entrar nesta luta a favor das Baleias, a favor dos Oceanos...junta-te!

http://oceans.greenpeace.org/pt/defenders

Pessoas/Blogs que já aderiram à causa:
http://www.blogueiros.com/greenpeace.htm ;http://barbaras.zip.net/;
Tu já és?

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Formosas como a flor

A família das orquídeas conta com 35 mil espécies descritas, além das cerca de 65 mil formas híbridas produzidas por cruzamento de forma espontânea e cultivada. Vestígios de fósseis encontrados desta planta datam do período entre o Jurássico, da era Mesozóica (de 195 a 136 milhões de anos) e o período Cenozóico (64 milhões de anos).
Existem orquídeas das mais variadas dimensões, desde pequenas plantas com flores do tamanho da cabeça de um alfinete, até plantas que chegam a ter três metros de altura.
A orquídea é uma flor hermafrodita (componente masculina e feminina na mesma flor), floresce apenas uma vez por ano e a sua floração dura 3 dias a 1 mês, variando de acordo

com a espécie. As orquídeas estão espalhadas por todo o mundo, desde o Árctico até aos Trópicos, mas é nas regiões mais quentes que são encontradas em maior abundância e variedade de cores e formas. Em relação à altitude, podem ser encontradas desde o nível do mar até as regiões mais altas, como os Himalaias.
Cada espécie de orquídea tem a sua particularidade, o seu habitat peculiar e as suas exigências para viver. Algumas espécies mais comuns são fáceis de manter e florir, outras são muito raras e difíceis, tanto de manter a planta saudável, como de obter as condições necessárias para que a planta dê flor.


Cada tipo de orquídea é atraente para um tipo de insecto, e as formas, tamanhos e cores irão variar de acordo com as espécies que as polinizam.
E há tantas e tão belas. "Post" dedicado às que por aqui passam...

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Homem bom..

Uma equipa de investigadores alemães descobriu duas novas espécies de lémures em Madagáscar.
Um dos primatas encontrados, tão pequeno que cabe no bolso das calças, já foi baptizado. O nome escolhido homenageia Steve Goodman, biólogo do Field Museum de Chicago que se dedica, há 17 anos, ao estudo dos animais que habitam as florestas desta ilha africana.
O lémur chama-se «microcebus lehilahytsara», expressão que no dialecto local significa «homem bom», e tem aproximadamente o mesmo tamanho do que um rato.
«Escolhemos este nome para expressar a nossa admiração pelo trabalho de Goodman, um contributo essencial para o conhecimento sobre os lémures e outras espécies de animais de Madagáscar e para a sua preservação», afirmaram os cientistas ao «Chicago Tribune».

Neste momento ocorre-me o jovem PSP Rui Lemos natural de S. Torcato, Guimarães, que perdeu hoje a vida ao salvar um seu semelhante na Avenida 24 de Julho em Lisboa. Uma palavra de conforto para a mulher e os dois filhos deste Homem Bom.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

A ave que habita o céu..

Estas grandes aves brancas e negras, de asas pontiagudas foram baptizadas pelos marinheiros portugueses que primeiro se aventuraram nos mares da costa africana, de alcatrazes, sendo mais tarde corrompido o seu nome pelos marinheiros ingleses para albatrozes.
Nesses tempos era considerada uma ave de mau agouro, a encarnação de marinheiros afogados. Tal superstição não os protegeu das perseguições, pois muitos os capturavam para aliviar a monotonia das refeições nestas viagens marítimas.
Habitam zonas entre a Antárctica e as extremidades sul da América, África e Austrália, zonas ventosas, adequadas ao voo planado destas aves. Estudos realizados com a ajuda de vigilância por satélite mostram que este animal pode percorrer entre 3600 e 15000 Km, voando a velocidades de até 80 Km/hora, numa única viagem. Uma das principais causas da sua morte não natural é o afogamento, após ficarem presos em anzóis de pesca de atum de linha longa e redes perdidas ou abandonadas em alto mar. As alterações climáticas e a poluição são igualmente preocupações quanto à conservação desta ave que pode viver até 40 anos.
Os ultimos censos apontam para que restem 1500 casais reprodutores por ano. Através do seu apurado olfacto, localizam os seus locais de nidificação, fontes de alimento e umas às outras. O grosso da sua alimentação consiste em peixe, lulas e crustáceos, geralmente capturados à superfície durante a noite. São capazes de armazenar grande quantidade de óleo no estômago, derivado da sua alimentação rica de organismos marinhos, que é regurgitado para alimentar as crias ou ejectado para afugentar predadores.
Os albatrozes representam o expoente máximo do voo planado, podendo planar durante horas, sem um único bater de asa. Apenas regressam a terra firme para se reproduzir, o que será uma vez a cada 2 anos. Escolhem um parceiro para toda a vida e apenas procurarão novo parceiro se a procriação falhar várias vezes seguidas ou se um dos parceiros morrer.


Foto de cria de Albatroz.
Do alimento regurgitado para a boca da cria deveriam naturalmente constar lulas, peixes e ovas.
O estômago desta cria continha isqueiros, cartuchos de espingarda, molas de roupa, plásticos...


"Para ser pássaro há que ser rasteiro
agarrado ao chão em tempos ancestrais
Para voar, o homem tem que ter os pés
assentes na terra, na água, nos troncos, no chão
e procurar nas origens as asas que o elevam"

"Noites de Poesia em Vermoim" por Lique


quarta-feira, janeiro 18, 2006

Porque a nossa natureza tambem é esta...




"As Melhores Coisas Na Vida"
»Apaixonarmo-nos;
»Rir com tanta vontade, que as bochechas ficam a doer;
»Um duche quente;
»Um olhar especial;
»Ouvir a música favorita na rádio;
»Ficar na cama a ouvir a chuva a cair lá fora;
»Um telefonema de longa distância;
»Um banho de espuma;
»Uma boa conversa;
»A praia;
»Rirmo-nos de nós próprios;
»Amigos;
»Acordar, e ver que ainda temos algumas horas para poder dormir;
»Alguém brincar com o nosso cabelo;

»Ver sorrisos e ouvir gargalhadas dos nossos amigos;
»Segurar a mão de alguém de quem gostamos;
»Encontrar um velho amigo, e perceber que algumas coisas (boas ou más), nunca mudam;
»Abraçar a pessoa que amamos.

terça-feira, janeiro 17, 2006

O enigmático mundo do cavalo marinho

Estas fascinantes criaturas, tradicionalmente unidas a lendas, correm grave perigo de extinção quando ainda tão pouco se sabe sobre a sua curiosa e extraordinária vida. Mantêm um aspecto pré-histórico a meio caminho entre a lenda e a realidade nos fundos marinhos. É a unica criatura do mundo em que os machos engravidam, dando à luz em cada parto cerca de mil e quinhentas crias. Pensa-se que tenham evoluido desde há mais de 40 milhões de anos e ao seu redor terão crescido muitas histórias que lhes atribuem propriedades mágicas e medicinais. Com uma cabeça e um pescoço semelhante ao de um cavalo, a armadura corporal de um insecto, a cauda de um macaco e a bolsa de um canguru são sem duvida das criaturas mais curiosas da mãe Natureza. Enciclopédias antigas classificavam-nos como insectos ("hipocampus"). São fieis ao mesmo companheiro durante toda a sua vida. Se um dos membros morre é pouco provável que o cavalo marinho procure um novo companheiro. Assim como se um deles for pescado o outro continuará a sua vida sozinho e a descendência será coisa do passado. A fêmea não tem de realizar qualquer das tarefas maternais habituais. Limita-se a depositar os ovos na bolsa do macho que se ocupa de fertiliza-los e transporta-los durante o periodo de gestação que dura entre 10 dias e 6 semanas, dependendo da temperatura da água e do tipo de espécie (são conhecidas 35). Calcula-se que anualmente cerca de 60 milhões são arrancados do seu habitat natural e que na ultima década a espécie tenha caído cerca de 50%. A diminuição deve-se a vários fenomenos sendo um dos principais o mercado da medicina chinesa. Pelo que assumem, ao secar e convertê-los em pó, as delicadas criaturas marinhas curam diversas doenças como a impotência e a incontinência. Tambem são capturados do mar e secos para vender como lembranças.

Pelo caminho que seguimos vão ser isso mesmo...lembranças.

domingo, janeiro 15, 2006

Nossa Amazónia

Num espaço irmão, o desambientado (desambientado.blogspot.com) levanta a questão da internacionalização da Amazónia. Pensei e procurei informação sobre o assunto. A resposta essa não a encontrei. Mas encontrei esta maravilhosa carta de Seattle, chefe índio dos Duwamish, escrita em 1855, para o então Presidente dos Estados Unidos Franklin Pierce, como resposta à sua intenção de compra das terras onde habitava a sua tribo. Acho que quem quiser realmente ajudar a Amazónia terá de entender esta forma de pensar. Terá de a sentir. De sentir o que ele sentiu...a terra como sua filha, sua irmã, sua mãe. Nada mais.

"O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. O Grande Chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa da nossa amizade.Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O Grande Chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas - elas nunca empalidecem.Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha.Se não somos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro,cada praia arenosa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho.O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morto vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos das campinas, o calor que emana do corpo de um mustang, o homem - todos pertencem à mesma família. Portanto quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto vamos considerar a tua oferta de comprar nossa terra. Mas não vai ser fácil, não. Porque esta terra é para nós sagrada.
Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendemos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar da água é a voz do pai de meu pai. Os rios são irmãos, eles apagam nossa sede.Os rios transportam nossas cargas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão.Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mais sim sua inimiga, e depois de a conquistar, elevai embora. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e nem se importa.Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa.Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mão - a terra, e seu irmão - o céu, como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelha ou miçanga cintilante.
Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto:Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende.Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das asas de um insecto. Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende.O barulho parece insultar os ouvidos.E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo?Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento,purificado por uma chuva do meio-dia,ou recendendo o pinheiro.O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum - os animais, as árvores, o homem. O homem branco parece não perceber o ar que respira.Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós,que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida,também recebe seu último suspiro. E se te vendermos a nossa terra, deverás mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado coma fragrânciadas flores campestres.
Assim pois, vamos considerar tua oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição: O homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do queo bisão que nós, os índios, matamos apenas para o sustento de nossa vida.O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais logo acontece ao homem.Tudo está relacionado entre si. Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de teus pés são as cinzas de nossos antepassados. Para que tenham respeito ao país,conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra fere os filhos da terra.Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios. De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra.Disto temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama de vida: ele é meramente um fio da mesma.Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Nem o próprio homem branco pode escapar ao destino comum. Apesar de tudo talvez sejamos irmãos, veremos. Mas, nós sabemos uma coisa, que o homem branco talvez venha a descobrir um dia, o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele é o Deus dos homens e a Sua misericórdia é a mesma para o homem de pele vermelha e para o homem branco. A terra é preciosa aos olhos de Deus e quem ofende a terra cobre o seu criador de desprezo. O homem branco perecerá também e, quem sabe, antes de outras tribos. Continuem a macular o vosso leito e irão sufocar nos vossos desperdícios.
Mas na vossa perdição brilhareis em chamas ofuscantes acendidas pelo poder de Deus que vos conduziu e que, por desígnios só por Ele conhecidos, vos deu poder sobre estas terras e sobre o homem de pele vermelha. Este destino é para nós um mistério. Não o compreendemos quando os búfalos são massacrados, os cavalos selvagens subjugados, os recantos secretos das florestas ficam impregnados do odor de muitos homens e as colinas desfiguradas pelos fios falantes. Onde está a floresta virgem? Desapareceu. Onde está a águia? Morreu. Qual o significado de abandonar os póneis e a caça? É parar de viver e começar a vegetar.
É nestas condições que vamos considerar a oferta da compra das nossas terras. E se aceitarmos será apenas para ficarmos seguros de recebermos a reserva que nos prometeram. Talvez aí possamos acabar os nossos dias e quando o último homem de pele vermelha tiver desaparecido desta terra, e a sua recordação não for mais do que a sombra de uma núvem deslizando na pradaria, estes lugares e estas florestas abrigarão ainda os espíritos do meu povo. Assim se vendermos as nossas terras amai-as como as temos amado e cuidai delas como nós cuidámos. E com toda a vossa força e o vosso poder conservem-na para os teus filhos e amem-na como Deus nos ama a todos.
Sabemos uma coisa: o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele ama esta terra. O próprio homem branco não pode fugir ao mesmo destino. Talvez sejamos irmãos, veremos."

quinta-feira, janeiro 12, 2006

A "pesquisa" continua..










Que não restem duvidas para o tipo de "pesquisa cientifica" que os Japoneses estão a fazer com as baleias no santuário da Antártida.
É comércio puro e duro para a Gorton's, empresa americana de produtos do mar.
Até quando?

quarta-feira, janeiro 11, 2006

(Foto Agência Reuters)

segunda-feira, janeiro 09, 2006

O Humano desumano

domingo, janeiro 08, 2006

Refugiados de nós..

As Nações Unidas alertam para uma nova categoria de pessoas que, como consequência da degradação ambiental, são denominados "Refugiados do ambiente".
Todas as alterações climáticas e catástrofes ambientais, crescentes de ano para ano, têm aumentado o numero destas pessoas, que se tornam refugiados. As estimativas apontam para pelo menos 20 milhões de refugiados em todo o mundo. Catástrofes como o Tsunami de 2004 no Oceano Indico e o furacão Katrina em Nova Orleans foram e são contributos dramáticos para estes números. Actualmente o deserto de Goni na China expande-se 26.000 kilometros quadrados por ano. O aquecimento global da terra e o aumento progressivo do nivel do mar serão factores decisivos à migração humana.
As previsões do instituto para o ambiente e segurança humanitária das Nações Unidas (UNU-EHS) apontam para 50 milhões de pessoas em 2010 e 150 milhões em 2150. Mais do que os refugiados de repressão politica e Guerra juntos.
Por este caminho, muitos seremos os que nos temos de refugiar dos gritos do nosso planeta.
Mas não estará ao mesmo tempo o planeta a refugiar-se de nós?

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Venus Rainbow

Foto tirada a Vénus por astronomo amador na sua fase crescente (aquela onde está mais perto da terra) a 03 de Janeiro.
Inspira-me qualquer coisa que não consigo entender... recorda-me uma que não mais vou esquecer. O teu olhar.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Defendendo os Oceanos..


Uma campanha levada a cabo por heróis. São heróis que acreditam que outro mundo é possivel e que este mundo não tem fronteiras. Não tem fronteiras entre o homem e o que o rodeia, pois tudo o que o rodeia, tudo o que nos rodeia, somos nós mesmos.
Saving the Oceans, é uma acção ambiciosa da Greenpeace em defesa de um dos nossos bens mais preciosos, os Oceanos. Lutar contra todo o tipo de ameaças que sofre, comecando pelas maiores e mais ameaçadas criaturas que o habitam - as grandes baleias.

Texto de Emilse, a bordo do Artic Sunrise (um dos dois barcos da GP presentemente nos mares da Antártida). lindo.

"Mais um dia neste mundo de dureza e fragilidade....companhia e solidão....mais um dia em que submirjo nos meus próprios pensamentos, cansada das horas e do trabalho, encontro o meu canto, entre cheiros, barulhos e movimentos , para escrever ideias...ideias que flutuam na minha mente....
Eu sinto que sinto o que se passa...
Acordo...acordo de um longo sonho, encontro-me, reencontro-me...fazendo do meu mundo um canto e do meu canto um mundo e recordo...recordo o meu sonho, e no meu sonho eu sonho...sonho que elas dançam, dançam em liberdade pelo gelo, pelos oceanos, o mar protege-as, intimamente ele as acolhe...eles não as conseguiam demolir, nem ontem, nem hoje...eu sonho a sua fuga, a sua liberdade...
Elas acalmam, nadam placidamente, sem tensões...elas dançam entre as ondas...
Eu não me importo o quão diferente é ser diferente, eu não me importo o quão incompreensível e comprometedor é andar na direcção oposta...não me importo...só sei que me conforta, que me sinto bem, que me faz sentir bem, que dá sentido ao meu mundo, um mundo idiota e arriscado mas cheio de fragrâncias na qual eu subtilmente tento tocar com as minhas mãos a coerência dos meus movimentos, dos meus pensamentos, na qual eu tento decifrar algo no acto de aniquilar, partir, matar... eu não consigo encontrar a razão...não na minha razão.
Nós defendemos as baleias, defendemos a liberdade, defendemos a vida...
Defendemos pois compreensão. Defendemos também a essência do que realmente nos move para sermos nós próprios, e o compromisso de sermos pessoas, pessoas que não matam, pessoas que não chocam, que não invadem e que certamente respeitam...o compromisso com nós mesmos, com o mais intimo de nós mesmos.
...então, só então, nós teremos defendido as baleias, as que nadam no meu sonho, as que nadam no mar enorme, as nossas baleias interiores, aquelas que eu vejo nos meus dias e aquelas que dentro de mim me fazem ser eu mesma."

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Um novo ciclo


Em época de reflexão, novas energias e novos começos aqui fica uma apreciação que devia marcar a vida de cada um de nós. Acima de politicas, religiões ou egoísmos.
Sem duvidas.

"Hoje em dia, o ser humano apenas tem ante si três grandes problemas que foram ironicamente provocados por ele próprio: a super povoação, o desaparecimento dos recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Triunfar sobre estes problemas, vistos sermos nós a sua causa, deveria ser a nossa mais profunda motivação." Jacques Cousteau