sábado, fevereiro 24, 2007

A vez dele

E eis que ele nos faz o mesmo que lhe temos vindo a fazer.
Ele tantas vezes invadido, poluído, destruído, saqueado, esvaziado dos seus pertences, dos seus seres, dos seus filhos, da sua vida. Ele a quem tantas vezes faltamos ao respeito.

Eis que se farta e avança, recuperando tudo aquilo que um dia lhe pertenceu.
Invadindo, poluindo, destruindo...


Em terra as queixas de sempre. São os outros. E os outros, os responsáveis, esses é que tem de agir. Como se não fôssemos todos parte do problema. Como se eu não tivesse qualquer impacto ambiental com a vida que levo. Como se não tivesse contribuído para o aquecimento global, para o degelo nos pólos, para uma sociedade em que o ordenamento do território não toma nem nunca tomou em conta o próprio território. Que não respeita a essência, que não respeita o essencial.

Como é bom saber que o homem não pode cimentar o Mar.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Um pouco de Mar..

A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que fica das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.

Sophia de Mello Breyner