Boas práticas, boa gente

O Esperanza, barco insignia da Greenpeace, é parte integrante da audaz e ambiciosa campanha de luta e preservação dos Oceanos lançada este ano, tendo o seu inicio fortemente ligado à defesa das Baleias nos mares do Norte, onde permaneceu lado a lado com baleeiros japonêses por mais de um mês, defendendo as baleias corpo a corpo, uma a uma.

Nos ultimos dias andou pelos mares dos Açores. Para eles è um extraordinário exemplo de sucesso. Nos ultimos anos as coisas mudaram. Uma longa tradição de caça à baleia foi transformada numa rentável actividade de observação de cetáceos. A pesca de fundo (arrasto) tambem foi banida das águas açoreanas. O seu lamento é o de não poderem estender esta realidade aos mares de todo o mundo. Este modelo de boas práticas começou em 1992 com apenas um operador e cerca de 100 clientes, para em 2004 ter atingido cerca de 35.000 clientes com 35 barcos licenciados fazendo com que esta actividade seja muito mais viável económicamente do que a caça à baleia jamais foi.

Em 1996 a universidade dos Açores iniciou um programa de desenvolvimento efectivo de regulamentos para a observação de baleias. Com a experiência adquirida ao longo dos anos as leis vão sendo revistas, sempre baseadas no "principio de precaução" que o disturbio causado aos animais deve ser reduzido ao minimo possivel.
Os observadores da Greenpeace tiraram as suas conclusões após a observação das práticas açoreanas: "o que dá mais prazer é que nesta situação todos ganham. As pessoas locais, as pessoas ligadas aos estudos cientificos e as baleias".

Como disse o Richard, coordenador do projecto defensores do Oceano :
"podes matar a baleia uma vez, mas observá-la, podes fazer-lo vezes sem fim..."

Dedicação especial aos Açoreanos que trabalharam por isto e aos que por aqui passam..